quinta-feira, 28 de maio de 2009

A Casa de Todos Nós


Por lee Carvalho

Alice é uma manicure que mora com a família no apartamento da mãe e batalha todos os dias para criar os filhos e sobreviver.
Apesar de ser casada, o marido taxista pouco ajuda no orçamento doméstico e os filhos, por quem faz todos os sacrifícios, estão longe da imagem de rebentos agradecidos.
Ela segue trabalhando dia após dia ignorando as traições do marido e o envolvimento dos filhos no crime. Até que um ex-namorado aparece e abala sua frágil estabilidade.
A história que poderia ser a imagem de milhares de famílias brasileiras, é na verdade um filme: A Casa de Alice, dirigido por Chico Teixeira. O filme é mais uma das pequenas produções que pegaram carona no boom do cinema nacional e fizeram sucesso retratando o dia a dia dos representantes menos afortunados desta nação.
A estrela do filme é a atriz Carla Ribas, que vive a personagem com maestria e ganhou três prêmios por sua atuação. Com uma interpretação visceral, Ribas faz o público sentir junto sua angústia, seja por nos identificarmos com ela ou por Alice representar nossos maiores medos.
O grande mérito do roteiro é retratar com honestidade os problemas que a maioria das famílias compartilham, como traições, problemas financeiros e filhos fora de controle.
Os diálogos bastante originais nos deixa grudados na cadeira, incomodados com a estranha sensação de que esta poderia ser a casa de qualquer um de nós e o final segue a cartilha dos grandes sucessos tupiniquins atuais: nada acaba bem debaixo deste sol.
O diretor acertou ao tratar com sensibilidade a profunda solidão que uma pessoa pode sentir mesmo dentro de uma grande família. Em tempos de ingressos de cinema hiper-faturados, este é um filme que vale a pena pagar para ver.

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